Descubra tudo sobre a raça

Ashera

O gato Ashera é frequentemente apresentado como uma das raças mais exóticas, raras e caras do mundo felino. Sua aparência selvagem, que lembra grandes felinos africanos, e seu suposto temperamento dócil criaram um enorme interesse internacional. No entanto, sua origem é marcada por controvérsias, marketing agressivo e questões éticas que ainda repercutem no mundo da felinofilia. Este documento explora, em detalhes, cada aspecto da história do Ashera, desde sua criação até as polêmicas que cercam sua autenticidade. 

A seguir, exploramos sua origem, evolução, funções tradicionais e sua ascensão no mundo moderno. 

Tudo o que você precisa saber sobre essa raça incrível

Origem e História Completa da Raça Ashera

A origem da suposta raça Ashera remonta ao início dos anos 2000, quando o empresário Simon Brodie, fundador da empresa Lifestyle Pets, alegou ter criado uma linhagem de gatos exóticos por meio de engenharia genética avançada. A empresa, antes conhecida como Allerca, afirmava utilizar biotecnologia para criar felinos com características únicas — especialmente voltados para públicos com alergias e para o mercado de luxo. 

Brodie declarou que o Ashera era o resultado do cruzamento entre: 

  • Serval africano (Leptailurus serval): um felino selvagem da savana africana, conhecido por sua pelagem manchada e corpo esguio. 
  • Leopardo asiático (Prionailurus bengalensis): felino selvagem nativo da Ásia, cuja genética é usada para criar gatos de Bengala. 
  • Gato doméstico (Felis catus): o componente domesticado, responsável por suavizar o temperamento selvagem. 

 

O objetivo era criar um gato com aparência exótica, porte majestoso, temperamento domesticado e resistência a alergias humanas — um animal que unisse o melhor do mundo selvagem e do mundo doméstico, tudo por meio de manipulação genética feita em laboratório. A narrativa, embora fascinante, jamais foi respaldada por evidências científicas sólidas. 

 

Simon Brodie e a Lifestyle Pets: Um empresário controverso 

Simon Brodie, o nome por trás do Ashera, tinha um histórico recheado de acusações de fraudes e golpes financeiros. Antes de fundar a Lifestyle Pets, ele esteve envolvido com uma série de empresas que acabaram encerradas sob alegações de atividades fraudulentas, inclusive no setor de tecnologia. 

Brodie utilizou o crescente interesse mundial por animais exóticos e biotecnologia para apresentar sua empresa como uma revolução no setor de animais de estimação. Ele afirmava que a Lifestyle Pets possuía laboratórios de ponta capazes de manipular genes, eliminar alérgenos e produzir gatos personalizados — tudo isso sem nunca abrir os laboratórios à comunidade científica ou apresentar documentação comprobatória. 

Seu golpe foi tão bem arquitetado que, por anos, enganou milionários, celebridades e até autoridades governamentais em países que importavam o animal. 

 

As características físicas e comportamentais do Ashera 

O suposto gato da raça Ashera apresentava um conjunto impressionante de características: 

Aparência física: 

  • Pelagem malhada ou manchada, semelhante à de um leopardo. 
  • Padrões únicos que misturavam listras e rosetas. 
  • Corpo esguio, alto e musculoso, com pernas longas. 
  • Peso entre 12 e 15 kg, muito acima da média de um gato doméstico. 
  • Comprimento que podia ultrapassar 1,2 metros com a cauda estendida. 
  • Cabeça pequena e elegante com olhos amendoados e orelhas pontiagudas. 

 

Comportamento: 

  • Inteligência elevada, com capacidade de aprender comandos, andar com coleira e se adaptar a rotinas humanas. 
  • Personalidade afetuosa, mas com instintos felinos muito fortes. 
  • Habilidade para pular grandes alturas — uma herança do serval africano. 
  • Interações sociais próximas ao cão, criando laços fortes com os tutores. 

 

Essas características, no entanto, não diferem significativamente de gatos da raça Savannah, especialmente da geração F1 (filhos diretos de serval com gato doméstico). Isso será essencial para entender a fraude. 

 

Marketing de luxo: a construção de um símbolo de status 

A Lifestyle Pets posicionou o Ashera como um produto de altíssimo luxo. A empresa vendia o gato por valores astronômicos, que variavam de: 

  • US$ 22.000 a US$ 125.000 por exemplar, dependendo de padrões de pelagem e exclusividade. 
  • Oferecia ainda pacotes “customizados”, onde o comprador poderia escolher características específicas como cor dos olhos, padrão da pelagem e até alegada hipoalergenicidade. 

 

A entrega do animal incluía: 

  • Viagens internacionais com o gato transportado por avião particular. 
  • Certificados de autenticidade. 
  • Garantia de exclusividade: a empresa afirmava vender no máximo 100 exemplares por ano em todo o mundo. 
  • Atendimento personalizado com consultoria pós-venda e assistência veterinária. 

 

A estratégia de marketing usava fotos dos gatos em ambientes de luxo, ao lado de iates, carros de luxo e mansões. O Ashera se tornava, assim, um símbolo de status, semelhante a um relógio Rolex ou um carro Ferrari. 

 

O escândalo: quando a farsa foi revelada 

A farsa começou a ruir em 2008, quando um suposto gato Ashera foi apreendido pela alfândega no Aeroporto de Schiphol, na Holanda. O animal, que estava sendo importado para um cliente europeu, foi enviado a um laboratório veterinário para testes de DNA — os primeiros realizados de forma independente. 

Resultado dos testes: 

  • O gato não possuía nenhuma modificação genética. 
  • Ele era geneticamente idêntico a um Savannah F1, uma raça legítima que já existia desde os anos 1980. 
  • Descobriu-se que a Lifestyle Pets comprava gatos Savannah de criadores legais e os revendia sob o nome Ashera, com preços até 5 a 10 vezes maiores. 

 

Posteriormente, vários outros exemplares “Ashera” foram submetidos a testes e revelaram a mesma fraude. A imprensa internacional, comunidades científicas e criadores de gatos começaram a denunciar a operação de Simon Brodie como uma das maiores farsas do mercado de pets de luxo. 

 

A verdadeira origem: a raça Savannah e o engano genético 

A raça Savannah, criada oficialmente em 1986, é o resultado do cruzamento entre um serval africano e um gato doméstico (geralmente da raça egípcia Mau ou Oriental Shorthair). Gatos Savannah F1 (primeira geração) compartilham praticamente todas as características físicas e comportamentais do chamado Ashera. 

 

Diferenças entre Savannah e Ashera: 

  • Origem e história: O Savannah foi desenvolvido por criadores independentes nos Estados Unidos a partir de 1986, com cruzamentos cuidadosamente registrados. Já o Ashera foi apresentado ao público em meados dos anos 2000 por uma única empresa, Lifestyle Pets, com uma narrativa não comprovada de manipulação genética. 

 

  • Reconhecimento oficial: O Savannah é uma raça reconhecida oficialmente por associações felinas e possui padrões definidos para registro e reprodução. O Ashera, por outro lado, nunca foi reconhecido por nenhuma entidade oficial, e não há registros genealógicos aceitos para a raça. 

 

  • Genética: Enquanto o Savannah é o produto direto do cruzamento entre um serval africano e um gato doméstico (geralmente da raça egípcia Mau, Ocicat ou Oriental Shorthair), o Ashera foi vendido como se tivesse uma combinação inédita entre serval, leopardo asiático e gato doméstico. No entanto, exames de DNA demonstraram que não havia qualquer material genético do leopardo asiático nos gatos vendidos como Ashera — sendo idênticos aos Savannah F1. 

 

  • Preço e comercialização: Os Savannahs, especialmente os de primeira geração (F1), são caros, podendo custar entre US$ 5.000 e US$ 20.000, dependendo da linhagem e da raridade do padrão da pelagem. Já o Ashera era comercializado como uma raridade absoluta, com preços que variavam de US$ 22.000 até mais de US$ 125.000, mesmo sendo geneticamente idêntico ao Savannah. 

 

  • Marketing e narrativa: O Savannah foi promovido dentro da comunidade de criadores, com foco em preservação genética e controle ético da reprodução. Em contraste, o Ashera foi tratado como um produto de luxo exclusivo, embalado em uma narrativa de engenharia genética fictícia, marketing elitista e atendimento personalizado, com entregas em jatinhos particulares e contratos de exclusividade. 

 

  • Distribuição e acesso: Gatos Savannah podem ser encontrados por meio de criadores especializados e com responsabilidade, que seguem padrões éticos. Já os gatos Ashera eram vendidos apenas pela Lifestyle Pets, com controle absoluto da narrativa de escassez e luxo, o que dificultava qualquer verificação externa. 

 

Em resumo, o Ashera nada mais era do que um Savannah — um gato já raro e exótico por si só — revestido com uma história falsa de ciência de ponta, criado para ser vendido a um público disposto a pagar qualquer preço pela exclusividade. 

 

A queda de Simon Brodie e o encerramento da fraude 

Com o escândalo mundial, Simon Brodie desapareceu do mercado. Sua empresa, Lifestyle Pets, teve as atividades encerradas por pressão de autoridades e processos judiciais. As denúncias vieram não apenas de clientes lesados, mas também de criadores legítimos de gatos Savannah que viram sua reputação prejudicada. 

Apesar disso, Brodie nunca foi formalmente condenado criminalmente por fraude nos EUA, o que gerou críticas à ausência de regulação no setor de venda de animais exóticos. Até hoje, há relatos de compradores tentando revender gatos Ashera, mesmo com os testes genéticos comprovando que eles são Savannahs. 

 

O impacto cultural e ético do caso Ashera 

A história do Ashera deixou profundas lições para o mundo da felinofilia e além: 

Ética na criação de animais: 

  • Levantou questões sérias sobre manipulação genética (mesmo que apenas alegada), reprodução comercial e sofrimento animal. 
  • Muitos gatos híbridos, como os Savannah F1, exigem cuidados especiais, pois mantêm comportamentos selvagens difíceis de controlar em ambientes domésticos. 

 

Falhas na regulamentação: 

  • A ausência de fiscalização internacional permitiu que uma fraude envolvendo biotecnologia enganasse consumidores por anos. 

 

Consumo baseado em status: 

  • Mostrou como o desejo por exclusividade pode levar ao consumo inconsequente de seres vivos, sem atenção ao bem-estar animal. 

 

Reputação da ciência: 

  • A falsa alegação de engenharia genética prejudicou a credibilidade de pesquisas verdadeiras e éticas em biotecnologia animal. 

 

O legado do Ashera: Entre o fascínio e a farsa 

Embora desmascarado, o nome Ashera permanece popular em buscas online e até mesmo em anúncios clandestinos. Algumas pessoas ainda tentam vender gatos com essa designação, aproveitando o mistério e o luxo que o nome carrega. 

Hoje, ele serve como: 

  • Símbolo de marketing enganoso no setor de luxo. 
  • Caso de estudo em fraudes comerciais. 
  • Exemplo de como a ciência pode ser explorada como ferramenta de ilusão, sem fundamentos. 

 

A história do Ashera é uma mistura de fascínio, ambição, marketing e fraude. Embora o gato em si não fosse uma nova raça, o episódio serviu como um estudo de caso sobre manipulação de mercado, responsabilidade ética e o desejo humano por exclusividade. Hoje, o nome Ashera permanece como um símbolo de alerta para consumidores e criadores: nem tudo que reluz é ouro — ou, neste caso, nem todo felino manchado é o que parece ser. 

 

Características Físicas

✅ Resumo Técnico 

  • Tamanho e Estrutura Corporal: porte gigante, com corpo longo, atlético e simétrico.  
  • Cabeça e Expressão: formato triangular largo, com focinho reto e bem alinhado ao queixo, formando uma silhueta frontal fluida.  
  • Orelhas:  grandes, com base larga e bem afastadas entre si.  
  • Olhos: grandes, amendoados e inclinados, com colocação oblíqua que acentua a aparência exótica.  
  • Pelagem e Padrão: curta a média, sedosa, com aderência firme ao corpo e brilho natural acetinado.  
  • Cauda: longa, espessa e afilada até a ponta.  
  • Patas e Membros: longos, fortes e bem proporcionados, com ênfase especial na musculatura traseira.  

 

✅ Pontos Positivos (Alta Conformidade Padrão) 

  • Estrutura física imponente e fluida 
  • Pelagem exuberante com padrão leopardo marcante 
  • Expressão selvagem e exótica com olhos intensos 
  • Andar silencioso, movimentos refinados 

 

✅ Falhas Comuns (Baixa Conformidade Padrão) 

  • Padrão de pelagem indefinido ou borrado 
  • Olhos redondos ou desalinhados 
  • Orelhas pequenas, mal posicionadas ou sem abertura lateral 
  • Cauda curta, rígida ou com nós 
  • Corpo atarracado, pesado ou com flacidez abdominal 

 

 

A estrutura corporal do Ashera é sua assinatura mais imponente. Ele exibe um porte gigantesco e escultural, com proporções cuidadosamente equilibradas que transmitem poder e agilidade. Ao contrário de outras raças grandes, como o Maine Coon (mais robusto) ou o Savannah (mais esguio e alto), o Ashera combina força densa com fluidez anatômica — uma fusão entre o refinamento dos gatos domésticos e a imponência dos felinos selvagens. 

  • Tronco: longo, com cintura levemente recuada, região lombar bem desenvolvida e dorso musculoso. A linha do dorso é retilínea e firme. 
  • Tórax: profundo, de amplitude média a larga, com boa capacidade torácica — refletindo resistência cardiovascular, típica de animais de grande deslocamento. 
  • Abdômen: firme, sem flacidez, com leve arqueamento entre o esterno e o púbis, o que reforça a silhueta atlética. 
  • Ossatura: densa, mas não pesada. Os ossos são espessos, porém modelados para agilidade, como nos felinos de caça. 
  • Musculatura: visivelmente delineada, especialmente nos membros traseiros, ombros e base da cauda. 

 

Um felino de elite, com equilíbrio perfeito entre potência e leveza, capaz de pular longas distâncias e manter controle refinado de seus movimentos. 

 

Cabeça e Crânio do Ashera: Geometria Exótica e Ancestralidade Selvagem 

A cabeça do Ashera é uma das mais intrigantes da felinologia moderna, com traços triangulares suavizados por contornos felinos ancestrais. Seu formato reflete a mistura genética entre gatos domésticos e espécies selvagens como o Serval africano e o Leopardo asiático, resultando em uma harmonia rara entre o exótico e o familiar. 

  • Formato craniano: triangular largo, com base nos arcos zigomáticos (maçãs do rosto) e ápice no queixo. Crânio plano no topo, suavemente abaulado na testa. 
  • Região frontal: ampla e levemente arredondada, marcada por sulcos musculares discretos que intensificam a expressão. 
  • Focinho: ligeiramente projetado, reto, com ponte nasal que pode apresentar uma curvatura muito sutil. Confere aparência nobre e altiva. 
  • Queixo e mandíbula: definidos, mas sem exageros. O queixo nunca é recuado — está sempre alinhado com a linha do nariz, garantindo simetria estética. 
  • Stop (transição testa-nariz): gradual, sem ângulos abruptos. Difere de raças como o Persa (stop profundo) ou o Oriental (totalmente plano). 

 

Dominada por um olhar penetrante, testa larga e orelhas altas — dando ao animal uma expressão de constante atenção e realeza. 

 

Orelhas do Ashera: Antenas Sensoriais com Herança Selvagem 

As orelhas do Ashera são uma mescla entre forma e funcionalidade. Elas não são apenas ornamentais — possuem importância sensorial e comunicacional. 

  • Tamanho: excepcionalmente grandes em comparação com gatos domésticos padrão. Entre 5 e 7 cm de altura. 
  • Formato: triangulares com vértices suavemente arredondados. A base é ampla, o que facilita a captação sonora. 
  • Posição: inseridas altas na cabeça, ligeiramente inclinadas para fora, o que amplia o campo de audição. 
  • Mobilidade: podem girar até 180º, permitindo audição direcional — um traço herdado do Serval, adaptado à caça. 
  • Tufos auriculares (lynx tips): em alguns indivíduos, surgem como prolongamentos pilosos escuros nas pontas das orelhas. Embora não sejam obrigatórios, são extremamente valorizados por reforçarem o aspecto selvagem. 

 

Comunicação corporal. As orelhas do Ashera mudam constantemente de posição para expressar humor, alerta e interesse. 

 

Olhos do Ashera: Janela para o Selvagem 

Os olhos do Ashera são hipnotizantes. Grandes, amendoados e inclinados, com uma expressão misteriosa e ancestral, lembrando felinos noturnos. 

  • Formato: ovalado, com base arredondada e ápice alongado lateralmente, criando um leve “olhar de felino predador”. 
  • Inclinação: os cantos externos são mais altos que os internos, um traço que realça o aspecto exótico. 
  • Distância: bem espaçados, favorecendo percepção periférica — típica de animais que precisam de visão ampla para detecção de movimento. 
  • Cores: variam de âmbar intenso a verde-esmeralda. Tons esverdeados com reflexo dourado são altamente valorizados. 
  • Íris: clara, translúcida, com pupila negra vertical que dilata muito sob baixa luz. 

 

Brilho natural intenso, com reflexos vítreos. Na penumbra, os olhos parecem emitir luz própria, reforçando o mistério da raça. 

 

Pelagem do Ashera: Uma Pintura Genética Selvagem 

A pelagem do Ashera é sua maior joia visual. Fina, sedosa e luxuosa ao toque, apresenta padrões complexos, desenhados pela combinação de genes do leopardo asiático e do gato doméstico. É uma pelagem única, que causa fascínio imediato. 

  • Textura: lisa, com toque acetinado. Densa, mas não pesada — permite regulação térmica eficiente. 
  • Densidade: alta. Cada folículo piloso pode conter até 3 fios, o que aumenta a profundidade visual do padrão. 
  • Comprimento: curto a médio, perfeitamente aderente ao corpo. Não arma, mesmo com atrito. 
  • Subpelo: presente, porém fino. O suficiente para proteção térmica, mas sem formar nós. 

 

Padrões visuais: 

  • Manchado tipo leopardo (spotted): manchas arredondadas, bem delimitadas, sobre fundo dourado ou bege. 
  • Rosetado (rosetted): marcas ovais com bordas mais escuras que o centro — altamente valorizado. 
  • Snow Ashera: fundo claro (quase branco), com padrão cinza ou caramelo suave. 
  • Charcoal: padrão acinzentado com manchas pretas — muito raro. 
  • Melanístico: completamente preto, com padrão apenas visível sob luz forte. 

Manutenção requer escovação semanal leve. Pouca queda. Considerado por criadores como hipoalergênico, devido à baixa produção da proteína Fel d 1. 

 

Cauda do Ashera: Equilíbrio, Linguagem e Estética 

A cauda do Ashera é longa, espessa e expressiva, desempenhando papéis essenciais na comunicação, equilíbrio e estética. 

  • Tamanho: longa, entre 30 e 40 cm, sempre proporcional ao corpo. 
  • Formato: base espessa, afilando suavemente até a ponta. Extremidade levemente arredondada. 
  • Mobilidade: extremamente flexível, capaz de movimentos graciosos, bruscos e expressivos. 
  • Padrão: geralmente listrado (anéis escuros sobre fundo claro), mas pode ter manchas contínuas ou mesclas em alguns indivíduos. 

 

Função comportamental: a cauda do Ashera é um instrumento social — indica curiosidade, alerta, irritação e alegria. Também auxilia no controle corporal durante pulos e aterrissagens. 

 

Patas e Membros do Ashera: Arquitetura de Potência e Precisão 

As patas e membros do Ashera são projetados para impulso, resistência e precisão. Herdando do Serval a estrutura saltadora e do gato doméstico a versatilidade de movimentação, seus membros representam o auge da adaptação felina. 

  • Membros anteriores: retos, com musculatura desenvolvida no bíceps e ombros. Articulações flexíveis e bem encaixadas. 
  • Membros posteriores: mais longos, com grande massa muscular nos posteriores, permitindo saltos verticais superiores a 2 metros. 
  • Pés: grandes e ovais, com dedos bem espaçados e unhas retráteis afiadas. 
  • Almofadas plantares: largas, resistentes e com pigmentação escura — uma herança selvagem adaptativa ao calor e ao terreno irregular. 

 

O Ashera pode andar com extrema leveza, quase inaudível, mesmo com seu peso elevado — uma característica rara entre gatos de porte gigante. 

 

Especialidade

 Ideal  

  • Pessoas com grande experiência com felinos exóticos. 
  • Ambientes luxuosos e espaçosos, com estrutura para manter um animal exigente. 
  • Exibições e eventos de luxo, onde a estética é o ponto central. 
  • Companheiros discretos para adultos com rotinas calmas. 

 

Não recomendado 

  • Uso terapêutico, especialmente em ambientes com múltiplas pessoas ou crianças. 
  • Casas com outros pets ou alto fluxo de visitas. 
  • Ambientes rurais que exigem gatos com funcionalidade de caça. 
  • Pesquisa genética séria, devido à ambiguidade sobre sua linhagem. 

 

Gato de Estimação – A Riqueza Selvagem na Sala de Estar 

O gato Ashera é o exemplo máximo de um felino concebido para impressionar. Muito mais que um simples animal de companhia, ele representa luxo genético, exclusividade estética e sofisticação zoológica. Criado em laboratório pela empresa Lifestyle Pets, o Ashera é promovido como um híbrido entre o gato doméstico, o serval africano (Leptailurus serval) e o leopardo asiático (Prionailurus bengalensis), o que lhe confere uma aparência absolutamente selvagem e impactante. 

A sua pelagem apresenta padrões malhados e marmorizados em tons de dourado e caramelo, similares aos de um felino selvagem, mas com a textura macia e sedosa típica dos gatos domésticos. Seu corpo é musculoso, longo, com patas altas, e sua presença física dentro de uma residência é quase mítica. Ele não apenas ocupa um espaço: ele domina o ambiente. 

Em termos de comportamento, o Ashera pode ser surpreendentemente apegado ao tutor, demonstrando lealdade, curiosidade, e até obediência básica. Muitos tutores relatam que ele segue seus donos pela casa, reage bem a comandos, e pode ser treinado para passeios com coleira – algo incomum para felinos. 

No entanto, esse vínculo afetivo é altamente seletivo. O Ashera costuma se conectar profundamente com uma ou duas pessoas, ignorando ou até se esquivando de outras. A presença de visitantes, barulho ou agitação pode deixá-lo nervoso ou reativo. 

Ambiente ideal para o Ashera como pet: 

  • Residências espaçosas, de preferência com acesso a áreas controladas ao ar livre. 
  • Tutores com experiência prévia com gatos exóticos ou de comportamento complexo. 
  • Ambientes tranquilos, com rotinas estáveis e pouca movimentação. 
  • Estímulos cognitivos e brinquedos interativos para evitar estresse e frustração. 

 

Desafios práticos: 

  • Exige enriquecimento ambiental contínuo para evitar tédio e comportamentos destrutivos. 
  • Pode apresentar episódios de territorialismo, especialmente com outros animais. 
  • Necessita de cuidados veterinários especializados e alimentação premium. 
  • Não é um gato para ser deixado sozinho por longos períodos: tende à ansiedade. 

 

Gato de Caça – Instintos Primordiais em Forma Doméstica 

O Ashera carrega em seu DNA o legado de predadores implacáveis. Sua linhagem ancestral traz traços de duas espécies selvagens, o que confere a ele um conjunto de instintos de caça aguçados e reativos, muito mais potentes do que em gatos domésticos convencionais. 

Seu corpo foi moldado para o desempenho predatório: musculatura definida, reflexos rápidos, audição e visão extremamente sensíveis, garras retráteis longas e afiadas, e dentes caninos proporcionalmente maiores. Ele é capaz de emboscadas rápidas, saltos longos (mais de dois metros) e perseguições silenciosas em espaços internos ou externos. 

Contudo, há uma contradição fundamental: o Ashera é quase sempre mantido em ambientes fechados, como objeto de luxo e status. Assim, suas habilidades caçadoras não são estimuladas em sua plenitude. Quando não há atividades que permitam extravasar esse comportamento, ele pode transformar o ambiente doméstico em “zona de caça” – perseguindo outros pets, atacando móveis ou até pessoas. 

Capacidades naturais como caçador: 

  • Domínio de movimentos de perseguição e salto. 
  • Capacidade de observação silenciosa e paciência predatória. 
  • Excelente coordenação motora e controle de força. 
  • Instinto de emboscada desenvolvido desde filhote. 

 

Fatores que limitam sua eficácia como gato de caça funcional: 

  • Raramente criado em ambiente rural ou semiaberto. 
  • Caro e frágil, demais para uso como controlador de pragas. 
  • Criado com foco estético e comportamental doméstico, não funcional. 
  • Potencial destrutivo em ambientes pequenos ou com outros animais. 

 

Situações em que se sobressai: 

  • Quando estimulado com brinquedos de caça (penas, varinhas, circuitos). 
  • Em ambientes com supervisão, onde possa correr, explorar e pular livremente. 
  • Com treinamentos que canalizem o instinto predatório de forma controlada. 

 

Gato Terapeuta – Quando o Instinto se Choca com o Acolhimento 

A ideia de um gato terapeuta baseia-se em características como calma, previsibilidade, aceitação ao toque, sociabilidade e comportamento gentil. Raças como o Ragdoll ou o Birman dominam essa categoria devido à docilidade extrema. O Ashera, por outro lado, não possui perfil ideal para essa função. 

Mesmo com socialização desde cedo, o Ashera tende a manter comportamentos instintivos mais intensos e reatividade emocional elevada. Pode facilmente se estressar com ambientes hospitalares, lares de idosos ou sessões com crianças, onde o toque inesperado e os estímulos sensoriais são frequentes. 

Embora apegado ao tutor, não é tolerante com estranhos. E mesmo com familiaridade, não costuma gostar de ser manipulado fisicamente (pego no colo, por exemplo). Em situações de desconforto, pode emitir sinais de alerta (rosnados baixos, postura corporal tensa) e até arranhar ou morder. 

Condições em que poderia atuar parcialmente como terapeuta: 

  • Apoio emocional individual para adultos com depressão ou ansiedade leve. 
  • Companhia silenciosa e observadora para pessoas solitárias em casa. 
  • Interação limitada, sem contato físico constante. 

 

Inadequações severas: 

  • Presença em instituições, clínicas ou escolas. 
  • Situações com barulho, toque frequente ou múltiplas pessoas. 
  • Necessidade de controle absoluto sobre o comportamento. 

 

Gato de Exposição – Um Troféu Vivo de Genética Exuberante 

Aqui, o Ashera alcança seu auge como espetáculo genético. Em exposições felinas, eventos de luxo, revistas de alta sociedade e redes sociais, ele é tratado como ícone de beleza e poder genético. Seu padrão exótico atrai multidões, e sua raridade provoca um fascínio similar ao de carros esportivos raros ou joias. 

A empresa Lifestyle Pets alega que apenas pouquíssimos exemplares são produzidos anualmente, o que contribui para o mito e o valor de mercado. Cada Ashera é vendido com contrato de exclusividade, documentação genética e certificações veterinárias personalizadas – uma verdadeira peça de coleção viva. 

Características que o tornam estrela de exposição: 

  • Aparência que remete a felinos selvagens, mas com comportamento domesticável. 
  • Comportamento elegante, que impõe respeito e admiração em eventos. 
  • Postura fotogênica, olhar penetrante, e coloração que brilha sob iluminação artificial. 
  • Potencial para ser usado em campanhas de moda, comerciais ou influenciadores digitais. 

 

Controvérsias e limitações: 

  • Sem reconhecimento oficial por grandes associações felinas (CFA, TICA). 
  • Riscos logísticos para transporte e exibição pública. 
  • Estresse em ambientes movimentados, exigindo protocolos rigorosos de cuidado. 

 

Animal para Pesquisa e Reprodução – Um Modelo Genético Não Confiável 

A proposta original do Ashera era revolucionar a biotecnologia felina: um híbrido viável, domesticável e exótico. No entanto, com o tempo, surgiram dúvidas quanto à sua real composição genética. Muitos especialistas afirmam que o Ashera é, na verdade, um Savannah F1 rebatizado e vendido por valores exorbitantes. 

Essa indefinição compromete sua utilidade científica. Para um animal ser usado em pesquisa genética ou reprodução de linhagens, ele precisa ter origem conhecida, sequenciamento genético rastreável e comportamento previsível. 

Pontos que despertaram o interesse da ciência: 

  • Comportamento híbrido instintivo, entre selvagem e doméstico. 
  • Alta inteligência e capacidade de aprendizado. 
  • Tolerância parcial à domesticação mesmo com genética selvagem. 

 

Impedimentos para seu uso acadêmico: 

  • Falta de transparência na documentação genética. 
  • Alto custo de aquisição e manutenção. 
  • Possibilidade de fraude científica se usado como modelo de hibridismo felino. 

 

Comportamento e Temperamento

Ponto Positivo  

  • Inteligência elevada e comunicação sutil permitem treinos avançados e uma conexão emocional rara. 
  • Vínculo seletivo e profundo, o que torna o relacionamento com o tutor algo quase simbiótico. 
  • Comportamento silencioso, limpo e previsível quando bem estimulado e compreendido. 

 

Ponto Negativo 

  • Altamente exigente em termos emocionais, espaciais e cognitivos. 
  • Pouca tolerância a mudanças, barulho, crianças pequenas ou animais ativos. 
  • Pode desenvolver transtornos de comportamento por falta de estímulo ou rotina inadequada. 

 

Sugestão 

Para ter um Ashera de forma plena e saudável, é essencial oferecer: 

  • Ambiente rico e verticalizado. 
  • Estímulos diários, variados e inteligentes. 
  • Rotina previsível e emocionalmente estável. 
  • Respeito à linguagem corporal e aos ritmos do animal. 
  • Contato com profissionais (etólogos ou treinadores felinos) durante a fase de adaptação. 

 

Personalidade Geral do Ashera: Elegância Selvagem com Controle Doméstico 

O Ashera é um dos poucos felinos que desafiam as convenções clássicas de categorização entre gatos selvagens e domésticos. Criado através de uma engenharia genética sofisticada que envolveu o leopardo asiático, o serval africano e gatos domésticos, seu temperamento é um espelho dessa origem exótica. Ele não é simplesmente “um gato bonito e grande”, mas sim um animal com profundidade emocional, altíssima cognição e códigos sociais próprios. 

O comportamento natural do Ashera reflete uma confiança serena, uma compostura nobre que raramente se vê em outras raças. Ele observa antes de agir, analisa antes de reagir e escolhe cuidadosamente com quem irá se conectar emocionalmente. Em geral, demonstra uma combinação entre independência felina e lealdade canina — o que surpreende muitos tutores. 

Seu afeto não é efusivo, mas intenso. Ao invés de buscar colo ou carícias frequentes, ele prefere estar presente, acompanhar o tutor pela casa, deitar-se próximo (sem necessariamente tocar), e manter uma vigilância silenciosa. Trata-se de um gato que transmite respeito mútuo, e que exige, em troca, respeito por seus limites emocionais e físicos. 

 

Nível de Sociabilidade: Um Felino de Conexão Seletiva 

A sociabilidade do Ashera é estruturalmente seletiva e altamente inteligente. Ele é capaz de distinguir perfis de personalidade humana e responde de formas distintas: pessoas calmas, de gestos suaves e tom de voz baixo tendem a ser preferidas. Já indivíduos agitados, ruidosos ou invasivos são evitados com frieza felina. 

Ele estabelece laços monogâmicos em nível afetivo — geralmente com um único tutor ou, no máximo, dois. Uma vez que o vínculo é formado, o Ashera passa a seguir essa pessoa, compartilhar espaços, deitar junto à cama ou aos pés do sofá e até emitir vocalizações exclusivas para ela. 

Com estranhos, o comportamento é reservado: ele pode manter distância, observar de longe e se recolher em áreas que considere seguras. O tutor deve nunca forçar interações, pois isso pode gerar stress comportamental, isolamento ou até agressividade defensiva. 

Com crianças, o Ashera exige vigilância. Ele não é intolerante, mas tem baixa tolerância a manipulações bruscas, barulhos excessivos e toque insistente. Por isso, crianças pequenas e muito enérgicas não são ideais. Crianças mais velhas, educadas a respeitar os limites felinos, podem formar laços duradouros e gratificantes. 

 

Relação com Outros Animais: Territorialismo Estratégico 

O Ashera não é naturalmente sociável com outros animais. Herdando instintos territoriais profundos dos seus ancestrais selvagens, ele prefere ambientes onde reina sozinho. No entanto, isso não significa que ele seja impossível de conviver com outros pets. Com introduções extremamente graduais e supervisionadas, pode vir a aceitar a presença de cães calmos ou outros gatos submissos. 

O que ele não tolera são animais barulhentos, hiperativos ou dominantes. Isso pode levá-lo a reações comportamentais como isolamento, marcação de território, vocalizações de aviso, ou mesmo confrontos físicos. 

Caso o tutor deseje introduzir outro animal, o processo deve ser meticulosamente controlado: uso de feromônios sintéticos, troca de panos com cheiros, separação por cômodos, trocas visuais e alimentação em áreas controladas. A pressa pode comprometer para sempre a aceitação. 

 

Comportamento no Ambiente: Um Explorador de Microterritórios 

O Ashera percebe o ambiente como um conjunto de zonas específicas, cada uma com uma função: vigilância, repouso, alimentação, socialização e higiene. Ele memoriza e delimita esses espaços mentalmente. Por isso, mudanças de móveis, de lugar do comedouro ou da caixa de areia podem gerar desorientação ou resistência. 

Ele possui uma natureza semi-arborícola, o que significa que tem preferência por ambientes verticais. Prateleiras altas, topos de armário e nichos suspensos são os pontos favoritos. Ele gosta de dominar o território de cima, pois isso lhe proporciona controle visual e sensação de segurança. 

Mudanças no ambiente, visitas, reformas ou a presença de novos elementos podem desencadear reações que vão desde isolamento silencioso até episódios de estresse intenso com vocalizações profundas, urina fora do lugar e hipervigilância. O segredo é manter estabilidade e previsibilidade. 

 

Níveis de Energia e Estímulo Mental: Gênio Felino em Constante Atividade 

Dotado de uma energia incomum, o Ashera não pode ser comparado aos gatos domésticos padrão. Ele não apenas precisa de atividade física, como também de desafios cognitivos constantes. Deixar um Ashera sem estímulo é uma receita para o desastre: tédio, frustração e comportamentos destrutivos emergem com rapidez. 

Esse felino precisa de uma rotina de atividades diárias estruturadas, como: 

  • Sessões de caça simulada com brinquedos que imitam presas. 
  • Jogos de quebra-cabeça com petiscos escondidos. 
  • Brinquedos que respondem a estímulos (luzes, movimentos, som). 
  • Percursos verticais com prateleiras interconectadas. 
  • Caminhadas com coleira (se treinado desde jovem). 
  • Sessões de clicker training. 

 

Sem isso, ele pode desenvolver estereotipias (movimentos repetitivos), miados compulsivos ou até depressão felina. 

 

Comunicação e Linguagem Corporal: Um Código Silencioso e Profundo 

O Ashera possui um repertório de linguagem corporal extremamente refinado. Ao contrário de gatos comuns, que podem vocalizar com frequência, o Ashera prefere a comunicação não-verbal. Ele se expressa por: 

  • Postura corporal tensa ou relaxada. 
  • Vibração da ponta da cauda (sinal de leve desconforto). 
  • Orelhas semi-recuadas (atenção e avaliação). 
  • Olhar fixo e direto (curiosidade ou desafio). 
  • Piscadelas lentas (sinal de confiança). 
  • Corpo arqueado e pelo eriçado (ameaça ou alerta). 

 

As vocalizações são raras, mas marcantes: sons longos, graves e profundos, parecidos com roncos ou sons guturais, que se manifestam em situações de emoção elevada (seja carinho ou incômodo). Quando deseja atenção, ele pode emitir sons agudos e curtos, geralmente acompanhados de toques com a pata. 

 

Adestrabilidade e Inteligência Emocional: Um Aprendiz Observador 

O Ashera é uma das raças com maior capacidade de aprendizado e adaptação inteligente do mundo felino. Ele entende comandos básicos, mas também reage à linguagem corporal, entonação e até emoções humanas. Ele é capaz de perceber se o tutor está triste, agitado ou irritado — e responde com aproximação empática ou afastamento. 

Com uso de reforço positivo (como petiscos, brinquedos ou carinho), ele aprende comandos como: 

  • Sentar e deitar sob comando. 
  • Subir em locais específicos. 
  • Buscar objetos pequenos. 
  • Abrir portas ou armários (o que pode ser um problema!). 
  • Responder ao nome. 

 

Alguns Asheras são treinados com sucesso para usar vaso sanitário humano, ou andar com coleira em ambientes externos tranquilos. É importante evitar punições ou comandos agressivos: esse gato responde com retração emocional e quebra de vínculo. 

  

O Ashera não é apenas uma raça felina — é uma experiência única de convivência com um animal que transita entre o mundo doméstico e o instinto selvagem. Seu comportamento é uma tapeçaria complexa de inteligência, seletividade, força e sensibilidade. Conquistar sua confiança é como ganhar um prêmio raro. Mas essa conquista exige dedicação, paciência, e um tipo de respeito que só aqueles que compreendem a profundidade emocional dos felinos conseguem oferecer. 

Ter um Ashera não é para todos. Mas para os que estão prontos para essa jornada, ele será mais do que um gato: será uma presença ancestral e companheira dentro de casa. 

 

Ambiente Ideal

Apartamento: Não Recomendado 

Casa Urbana ou Suburbana: Ideal 

Sítio: Ideal (com proteção adequada) 

Fazenda: Não Recomendado (exceto com santuário controlado) 

 

Apartamento 

Espaço e Layout Interno 

Apartamentos, por definição, limitam a liberdade espacial de um animal como o Ashera, que possui grande porte, alta energia e necessidade de mobilidade. Mesmo os apartamentos duplex ou coberturas necessitam de adaptações intensas. O ideal é que o imóvel tenha, no mínimo, 100 m², com cômodos amplos, corredores livres de obstáculos e pé-direito alto. Isso permite a instalação de estruturas verticais — essenciais para o bem-estar da raça. 

É imprescindível a criação de um circuito aéreo — prateleiras suspensas, pontes de madeira e nichos em alturas variadas, interligados ao longo da sala, corredores e quartos — simulando as rotas que o Ashera percorreria em uma árvore ou em terreno selvagem. 

 

Enriquecimento Ambiental de Alto Nível 

O Ashera é altamente inteligente, com instintos apurados de caça, observação e escalada. Ele precisa de estímulos diários que desafiem sua mente e seu corpo. Isso exige brinquedos com dispensadores de petiscos, painéis interativos, desafios de resolução de problemas e atividades controladas que imitam caça, como varinhas com penas, brinquedos que se movem por controle remoto ou circuitos com presas simuladas. 

O enriquecimento visual também é crucial: janelas amplas com redes e poleiros devem permitir que o Ashera observe o ambiente externo. A vista para jardins, árvores e ruas movimentadas é benéfica, desde que filtrada pelo conforto do ambiente interno. 

 

Rotina e Necessidade de Silêncio Controlado 

O Ashera é sensível a ruídos agudos e repetitivos, como obras, sons metálicos ou gritos. Ambientes urbanos exigem controle acústico. Janelas com isolamento termoacústico e cortinas grossas ajudam a criar um refúgio tranquilo. O excesso de estímulos auditivos pode levar o Ashera a desenvolver comportamentos ansiosos, como vocalizações frequentes, esconderijos constantes ou agressividade defensiva. 

 

Relação com o Tutor em Ambiente Fechado 

Em apartamentos, o vínculo entre tutor e Ashera é intensificado. A raça desenvolve um comportamento quase canino: acompanha o tutor pela casa, responde ao nome e busca a presença constante. Isso exige disponibilidade emocional do humano. Um tutor ausente por longos períodos deixará o Ashera entediado e propenso à depressão felina. 

 

Casa (Urbana ou Suburbana) 

Liberdade Estruturada 

A casa oferece o melhor dos dois mundos: liberdade com controle. O Ashera prospera em ambientes com cômodos diversos, espaços para patrulhar, áreas externas com acesso condicionado, varandas teladas e janelas amplas. Uma casa térrea ou de dois andares permite o uso pleno da musculatura felina, com estímulo físico e rotas verticais. 

Deve-se criar um território dividido em zonas: 

  • Zona de repouso (quente, silenciosa, elevada); 
  • Zona de observação (janela com poleiro); 
  • Zona de caça simulada (com brinquedos interativos); 
  • Zona de alimentação enriquecida (petiscos escondidos); 
  • Zona externa protegida (telada, com vegetação). 

 

Interatividade com o Ambiente Externo 

A presença de um quintal ou jardim transforma a experiência do Ashera. Ele poderá sentir o cheiro do vento, observar insetos, escutar pássaros e tocar na grama. No entanto, é imprescindível que o espaço externo seja 100% seguro: muros altos, redes anti-fuga, portões trancados e ausência de plantas tóxicas (como comigo-ninguém-pode, lírios e azaleias). 

Plantas seguras, como catnip, erva-cidreira e grama para gatos, podem ser cultivadas em vasos acessíveis ao animal. Elementos naturais como troncos, pedras e fontes de água também elevam o ambiente. 

 

Convívio Familiar e Territorialidade 

O Ashera é um felino territorial, que marca espaços com o olfato e prefere ambientes onde o fluxo de pessoas seja previsível. Casas com crianças muito pequenas ou muitas visitas frequentes exigem zonas de refúgio onde o gato possa se isolar. Ele aprecia a companhia de adultos calmos, que respeitem seu espaço e ritmo. Idealmente, deve haver um cômodo “neutro”, onde ele possa descansar sem estímulos. 

 

Sítio 

Contato com o Instinto Natural 

O sítio é o cenário que mais se aproxima do ambiente de origem selvagem do Ashera. A exposição a sons naturais (vento, aves, chuva em folhas), texturas do solo (grama, terra, pedra) e presença de presas visuais (insetos, lagartixas, sapos) alimenta seu instinto e o torna mais equilibrado e atento. A harmonia entre natureza e segurança é o ponto-chave. 

Estrutura Recomendada 

Mesmo em ambientes campestres, o Ashera não deve circular livremente. O ideal é a criação de: 

  • Um catio natural: estrutura de tela com 20 a 40 m², arborizada, com galhos, vegetação controlada e abrigos internos. 
  • Passarelas elevadas externas: plataformas em paredes que ligam ambientes internos ao catio. 
  • Portas com entrada controlada (gato-door): que levam a áreas seguras. 

 

O abrigo principal deve ser térmico, com ventilação natural e proteção contra frio e calor. Mantas térmicas, ventiladores silenciosos e janelas anti-insetos são úteis. 

 

Riscos Naturais 

Há perigos silenciosos no campo: picadas de cobras, garras de gaviões, ataques de cães soltos e contaminações por protozoários ou bactérias do solo. O tutor deve manter o Ashera vacinado, vermifugado e com monitoramento veterinário periódico. O ideal é que o acesso ao exterior seja supervisionado, ou limitado a horários específicos, com coleira peitoral e guia adaptada. 

 

Fazenda 

Espaço Imenso, Riscos Imensos 

A amplitude da fazenda pode parecer tentadora, mas é um ambiente potencialmente hostil para o Ashera, caso ele tenha livre acesso. A presença de tratores, venenos agrícolas, poços, máquinas em operação, veículos pesados e outros animais grandes (cavalos, bois, cães territoriais) representa um risco fatal. 

Criação de Santuário Seguro 

Para tornar uma fazenda adequada, é necessário criar um santuário felino autossuficiente, com: 

  • Uma casa adaptada com múltiplos andares internos e estruturas verticais; 
  • Um catio anexo com vegetação, sombra, fontes de água e brinquedos; 
  • Um espaço de observação alto (torre ou mirante protegido) para que o Ashera vigie o território sem sair do perímetro seguro; 
  • Um cômodo interno com isolamento térmico total para dias de extremo calor ou frio. 

 

Convívio e Territorialidade 

O Ashera não compartilha bem território com muitos outros animais, especialmente se forem desconhecidos. Animais de produção (galinhas, cabras, ovelhas) e cães de fazenda devem estar completamente separados. Ele também é sensível a odores fortes, sons estridentes e movimentação brusca. Um curral ou celeiro próximo demais à área de convívio do gato pode ser fonte de estresse crônico. 

 

Saúde e Problemas Comuns

✅ Pontos Positivos 

  • Genética seletiva com resistência ampliada a doenças infecciosas. 
  • Pelagem densa e limpa, com baixa necessidade de tosa. 
  • Excelente vigor físico e tempo de resposta rápida a estímulos ambientais. 
  • Expectativa de vida de 14 a 18 anos com cuidados adequados. 

 

✅ Pontos Negativos 

  • Vulnerabilidade silenciosa a doenças crônicas graves. 
  • Protocolos veterinários convencionais não são eficazes. 
  • Exige profissional de saúde especializado em exóticos e híbridos. 
  • Alta taxa de sensibilidade a fármacos e anestesia. 

 

✅ Sugestão Especializada 

Tutores de Ashera devem construir uma relação permanente com um veterinário felino especializado, com histórico da linhagem genética do animal. É fortemente recomendado investir em planos de saúde veterinária premium com cobertura exótica, criar um registro de saúde contínuo desde os 3 meses de idade, e manter um ambiente livre de agentes alergênicos, especialmente produtos de limpeza químicos, perfumes e alimentos ultraprocessados. 

 

O gato Ashera, resultado de cruzamentos genéticos entre o leopardo asiático (Prionailurus bengalensis), o serval africano (Leptailurus serval) e o gato doméstico (Felis catus), carrega uma genética exótica e complexa. Embora esse híbrido seja conhecido por sua aparência majestosa e força física, ele apresenta um conjunto específico de vulnerabilidades que exigem atenção diferenciada. Sua saúde está intimamente ligada à herança selvagem e à manipulação laboratorial de seus genes, o que influencia diretamente na forma como seu organismo reage ao ambiente, à alimentação e à medicina convencional. 

 

Resistência Física e Robustez Muscular com Limites Genéticos 

A constituição física do Ashera impressiona: porte atlético, esqueleto denso, músculos largos e um metabolismo relativamente acelerado. Isso dá a ele uma aparência vigorosa e um comportamento ágil e preciso, características herdadas principalmente do serval africano. No entanto, essa robustez esconde algumas limitações: 

  • A musculatura extremamente desenvolvida consome mais energia e exige uma dieta altamente proteica, tornando o animal mais suscetível a desequilíbrios nutricionais quando a alimentação é inadequada. 
  • A estrutura óssea híbrida pode apresentar discrepâncias biomecânicas — por exemplo, a cabeça do fêmur pode não se alinhar perfeitamente com a cavidade acetabular, predispondo a quadros de displasia coxofemoral, especialmente em animais acima dos 10 anos. 
  • Embora tenham boa resistência a infecções virais comuns (como rinotraqueíte e panleucopenia felina), sua imunidade não é à prova de falhas e pode reagir de forma imprevisível a vacinas polivalentes. 

 

Vulnerabilidades Genéticas e Doenças Hereditárias Potenciais 

A natureza híbrida do Ashera amplifica a possibilidade de doenças genéticas silenciosas e de difícil diagnóstico precoce. A ausência de padronização completa na criação aumenta o risco de mutações instáveis em diferentes linhagens. As principais preocupações incluem: 

Doenças Renais Crônicas (DRC) 

  • Derivada em grande parte dos genes do serval e do leopardo asiático, a DRC pode começar de forma assintomática e evoluir lentamente. 
  • Os rins desses felinos híbridos, por vezes, têm uma capacidade reduzida de filtração glomerular, o que leva ao acúmulo de ureia e creatinina no sangue. 
  • É comum o desenvolvimento de nefrite intersticial ou nefropatia túbulo-intersticial, que se manifesta com perda de apetite, letargia e halitose com odor amoniacal. 

 

Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) 

  • Uma condição observada em felinos de grande porte, como o Maine Coon e o serval, e que também aparece no Ashera. 
  • Envolve o espessamento progressivo do miocárdio ventricular esquerdo, levando à redução do volume de ejeção e, em fases avançadas, à insuficiência cardíaca congestiva. 
  • Os sintomas incluem respiração ofegante, intolerância ao exercício e síncopes súbitas. 

 

Hepatopatias Metabólicas 

  • O fígado do Ashera tende a ter uma capacidade de detoxificação hepática inferior à de gatos domésticos comuns. 
  • Isso o torna mais sensível a dietas gordurosas ou à administração frequente de fármacos metabolizados no fígado. 
  • Quadros de lipidose hepática podem se desenvolver rapidamente, principalmente durante períodos de jejum ou estresse extremo. 

 

Disfunções Imunológicas 

  • Os mecanismos de defesa do Ashera não seguem o padrão imunológico dos gatos domésticos. Eles são altamente reativos a antígenos ambientais e alimentares. 
  • Casos de hipersensibilidade tipo I (anafilática), com urticária, edema de face e vômitos após exposição a certos alimentos ou vacinas, são documentados. 
  • Também podem surgir doenças autoimunes cutâneas, como o pênfigo foliáceo, que se manifesta com crostas e ulcerações faciais. 

 

Alterações Comportamentais com Raiz Fisiológica 

Apesar da inteligência e instinto refinado, o comportamento do Ashera pode ser um reflexo direto de desequilíbrios internos. Muitas vezes, o tutor pode interpretar erroneamente como “malcriação” o que, na verdade, é sintoma clínico. 

  • Agressividade ou irritabilidade repentina pode estar relacionada à dor crônica articular, cefaleia por hipertensão ou até mesmo pressão intracraniana. 
  • Reclusão social prolongada, mesmo em ambiente confortável, pode indicar quadros depressivos associados a hipotiroidismo ou inflamações neurológicas. 
  • Comportamento compulsivo de limpeza, especialmente em regiões específicas do corpo, pode ser reflexo de neuropatia periférica ou distúrbios cutâneos. 

 

Protocolos de Vigilância e Prevenção Personalizados 

A manutenção da saúde do Ashera exige uma medicina preventiva sob medida. O protocolo padrão felino não se aplica por completo a essa raça. Um plano ideal inclui: 

  • Check-ups semestrais com especialista em felinos exóticos, com avaliação clínica minuciosa. 
  • Painel bioquímico e hemograma completo a cada 6 meses, para rastrear falência renal ou hepática silenciosa. 
  • Ecocardiograma Doppler anual, principalmente entre os 2 e 8 anos de idade, fase de maior risco para cardiomiopatias. 
  • Ultrassonografias abdominais regulares, para avaliar estrutura hepática e renal. 
  • Dosagem hormonal da tireoide (T4 total e livre) em caso de perda de peso inexplicável ou apatia. 

 

Sensibilidade a Medicamentos e Protocolos Anestésicos Especiais 

O metabolismo do Ashera é instável frente a sedativos e medicamentos comuns. Sua biotransformação hepática pode prolongar o tempo de ação de certos fármacos ou acentuar seus efeitos adversos. 

  • É contraindicado o uso de cetoprofeno e carprofeno (anti-inflamatórios não esteroidais), pois elevam o risco de necrose tubular renal. 
  • O uso de cetamina como anestésico isolado deve ser evitado, pois pode provocar hipertonia muscular e convulsões. 
  • Protocolos preferenciais incluem associações como midazolam + propofol + isoflurano, com monitoramento cardíaco e saturação contínua. 

 

Distúrbios Dermatológicos e Imunológicos de Pele 

A pele do Ashera, por sua genética selvagem, pode responder de forma exagerada a estímulos ambientais e alimentares: 

  • Dermatite atópica felina pode surgir com eritema nas orelhas, axilas e barriga, especialmente durante trocas de estação. 
  • Reações adversas a proteínas de frango, carne vermelha ou aditivos alimentares são comuns, exigindo dietas hipoalergênicas. 
  • Em casos raros, há ocorrência de alopecia psicogênica, onde o estresse leva à perda de pelos simétrica em regiões como flancos e base da cauda. 

 

Reprodução e Impacto Fisiológico 

A reprodução do Ashera não ocorre de forma espontânea na maioria dos casos e é altamente controlada por laboratórios especializados. Ainda assim, os impactos sobre a saúde são notórios: 

  • Machos podem ser subférteis ou estéreis, devido à divergência genética entre as espécies parentais. 
  • Fêmeas, quando gestantes, podem apresentar hipocalcemia periparto, exigindo suplementação rigorosa. 
  • O estro é mais prolongado que em gatos domésticos, e o ciclo hormonal é mais sensível a alterações ambientais. 

 

 

O gato Ashera, com sua imponência genética e origem selvagem, exige um nível de cuidado superior. Sua saúde é um equilíbrio tênue entre robustez física e fragilidade metabólica, exigindo atenção multidisciplinar, medicina preventiva avançada e tutores experientes. Quando bem assistido, o Ashera pode florescer como um verdadeiro tesouro da natureza moderna, combinando a beleza selvagem com a convivência doméstica, mas seu bem-estar dependerá, acima de tudo, do conhecimento, paciência e comprometimento de quem o acolhe. 

Alimentação Ideal

Macronutrientes 

Proteínas (animal de alta digestibilidade) 

  • Quantidade ideal: 35% a 45% da dieta seca 
  • Fontes recomendadas: frango, salmão, peru, carne bovina, coelho, ovos, coração e fígado 
  • Função: construção e manutenção muscular, suporte ao sistema imune, regeneração celular 
  • Particularidade do Ashera: seu alto porte corporal exige maior concentração de proteína por quilo em comparação a raças comuns 

 

Gorduras (com ênfase em ácidos graxos essenciais) 

  • Quantidade ideal: 15% a 25% da dieta seca 
  • Fontes recomendadas: óleo de salmão, gordura de frango, gema de ovo, sardinha, linhaça (em pequena quantidade) 
  • Ácidos graxos importantes: Ômega-3 (EPA e DHA) e Ômega-6 
  • Função: suporte neurológico, saúde da pele e pelagem, energia metabólica e modulação inflamatória 

 

Carboidratos (mínimo possível) 

  • Quantidade ideal: <10% da dieta seca 
  • Fontes seguras (caso utilizadas): abóbora, arroz integral, batata doce, lentilha bem cozida 
  • Função: fibra fermentável, suporte prebiótico e energia complementar 
  • Observação: como carnívoro estrito, o Ashera não necessita de carboidratos para sobreviver, mas pode tolerar pequenas quantidades 

 

Fibras 

  • Quantidade ideal: 2% a 5% da dieta seca 
  • Tipos: solúveis (pectina, mucilagens) e insolúveis (celulose, lignina) 
  • Fontes seguras: abóbora, cenoura, psyllium, beterraba, polpa de maçã 
  • Função: regulação do trânsito intestinal, prevenção de bolas de pelo, manutenção da microbiota saudável 

 

Água 

  • Necessidade diária: 50 a 60 ml por kg de peso corporal 
  • Importância: o Ashera precisa de alta hidratação por sua tendência a doenças renais e urinárias — ideal manter alimentação úmida ou complementada com água fresca ou fonte corrente 

 

Micronutrientes 

Taurina 

  • Necessidade mínima: 800 a 1000 mg/kg de alimento seco 
  • Função: saúde cardíaca, ocular e neurológica 
  • Fontes naturais: coração de frango, fígado, frutos do mar 

 

Arginina 

  • Quantidade ideal: 1% do alimento seco 
  • Função: metabolismo da amônia e detoxificação hepática 
  • Observação: deficiência leva rapidamente à intoxicação por amônia em felinos 

 

Ácido Araquidônico (AA) 

  • Essencial para gatos, não produzido naturalmente 
  • Presente em: carne vermelha, gema de ovo 
  • Função: regulação de processos inflamatórios e reprodutivos 

 

Vitamina A (Retinol) 

  • Quantidade: 9.000 a 30.000 UI/kg 
  • Fonte natural: fígado (cuidado com o excesso) 
  • Função: visão, reprodução e diferenciação celular 

 

Vitamina D3 (Colecalciferol) 

  • Quantidade ideal: 300 a 500 UI/kg 
  • Fontes: óleos de peixe 
  • Função: absorção de cálcio e fósforo, saúde óssea 

 

Vitamina E (Alfa-tocoferol) 

  • Necessidade mínima: 100 a 300 UI/kg 
  • Antioxidante essencial para proteção contra radicais livres e envelhecimento celular 

 

Complexo B (B1, B2, B6, B12, Niacina, Ácido Fólico) 

  • Altamente necessário, pois o gato Ashera não armazena em grandes quantidades 
  • Funções: metabolismo energético, formação de sangue, manutenção do sistema nervoso 

 

Cálcio 

  • Recomendação: 0,9% a 1,2% do alimento seco 
  • Importante para: saúde óssea, contração muscular, coagulação 
  • Observação: deve haver equilíbrio com o fósforo (relação ideal: 1.1:1 até 1.3:1) 

 

Fósforo 

  • Quantidade ideal: 0,8% a 1% 
  • Papel fundamental em energia celular e estrutura óssea 

 

Zinco 

  • Necessidade: 80 a 200 mg/kg 
  • Essencial para: regeneração da pele, função imunológica e cicatrização 

 

Ferro 

  • Quantidade: 80 a 300 mg/kg 
  • Responsável pelo transporte de oxigênio no sangue e prevenção de anemia 

 

Selênio 

  • Quantidade: 0,3 a 0,6 mg/kg 
  • Cofator antioxidante, protege células contra estresse oxidativo 

 

Iodo 

  • Importância: funcionamento da tireoide, metabolismo 
  • Necessidade moderada (cerca de 2 mg/kg) 

  Ashera: alimentos-para-Gatos

Alimentação Ideal para o Gato Ashera em Cada Fase da Vida 
Fase Filhote (2 a 12 meses) 

Requisitos Nutricionais Essenciais 

Durante a fase de crescimento, o gato Ashera necessita de: 

  • Proteínas: 35% a 45% — base para o crescimento muscular e desenvolvimento. 
  • Gorduras: 20% a 25% — fornecem energia concentrada. 
  • Carboidratos: até 10% — não essenciais, mas toleráveis em pequenas quantidades. 
  • Cálcio: 1,2% a 1,5% — vital para ossos fortes. 
  • Fósforo: 1% — equilíbrio com o cálcio. 
  • Taurina: mínimo de 1000 mg/kg — essencial para visão e coração. 
  • Ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 — para desenvolvimento neurológico e pele saudável. 

 

Rações Com Transgênico Para Filhote 

  • Premier Pet Filhotes 
  • Golden Gatos Filhotes 
  • GranPlus Menu Gatos Filhotes 
  • Whiskas Gatos Filhotes (usar com cautela — baixo custo, mas menos nutritiva) 
  • Special Cat Prime Filhotes 

 

Rações Sem Transgênico Para Filhote 

  • N&D Prime Kitten Frango e Romã 
  • Orijen Cat & Kitten 
  • Acana First Feast 
  • GrandPlus Gourmet Natural Filhote 
  • Biofresh Super Premium Filhote 

 

Melhores Alimentos Naturais 

  • Frango cozido sem ossos e temperos (rico em proteína magra) 
  • Fígado de frango ou boi (1x por semana) (rica fonte de vitamina A e ferro) 
  • Ovo cozido (ótima fonte de proteínas e colina) 
  • Abóbora cozida (fibra e betacaroteno) 
  • Peixe branco cozido (fontes alternativas de proteína e ômega-3) 
  • Iogurte natural sem açúcar (fonte de probióticos e cálcio) 

 

Porções Diárias 

  • De 2 a 4 meses: 4 a 5 refeições pequenas por dia — 30 a 50 g por refeição. 
  • De 4 a 6 meses: 3 refeições por dia — 50 a 70 g por refeição. 
  • De 6 a 12 meses: 2 refeições por dia — 80 a 100 g por refeição. 

 

Fase Adulta (1 a 7 anos) 

Requisitos Nutricionais Essenciais 

  • Proteínas: 30% a 40% 
  • Gorduras: 15% a 22% 
  • Carboidratos: <10% 
  • Taurina: mínimo de 800 mg/kg 
  • Fibra bruta: 2% a 5% — para regular o trânsito intestinal 
  • Vitaminas (A, D, E, K, complexo B) e minerais (zinco, ferro, potássio, magnésio) 

 

Rações Com Transgênico Para Adulto 

  • Premier Gatos Castrados 
  • Golden Seleção Natural 
  • GranPlus Gourmet Adulto 
  • Special Cat Prime 
  • Whiskas Adulto (uso eventual) 

 

Rações Sem Transgênico Para Adulto 

  • N&D Prime Adult Frango e Romã 
  • Farmina N&D Ocean Arenque e Laranja 
  • Biofresh Super Premium Adulto 
  • Acana Wild Prairie 
  • Natural Greatness Cat Adult 

 

Melhores Alimentos Naturais 

  • Carne de coelho cozida (alta digestibilidade e proteína magra) 
  • Coração de frango (rico em taurina) 
  • Salmão cozido sem espinhas (rico em ômega-3 e EPA/DHA) 
  • Abobrinha e cenoura cozidas (suave para o trato digestivo) 
  • Arroz integral em pequena quantidade (ajuda em digestões sensíveis) 

 

Porções Diárias 

  • 2 refeições por dia 
  • 100 a 140 g por refeição (variando conforme o peso e nível de atividade) 

 

Fase Sênior (8 anos ou mais) 

Requisitos Nutricionais Essenciais 

  • Proteínas: 35% de alta digestibilidade 
  • Gorduras: 10% a 15% (reduzido para evitar obesidade) 
  • Fibras: 4% a 6% (melhora a função digestiva) 
  • Taurina: essencial para a função cardíaca 
  • Suplementos condroprotetores: glucosamina e condroitina para articulações 
  • Vitaminas antioxidantes: E e C para prevenir o envelhecimento celular 

 

Rações Com Transgênico Para Adulto 

  • Golden Gatos Sênior 
  • Premier Gatos Sênior 
  • GranPlus Menu Sênior 
  • Special Cat Prime 10+ 
  • Whiskas 10+ (uso complementar) 

 

Rações Sem Transgênico Para Adulto 

  • N&D Prime Senior 
  • Biofresh Super Premium Sênior 
  • Farmina N&D Quinoa Skin & Coat 
  • Orijen Six Fish 
  • Acana Senior 

 

Melhores Alimentos Naturais 

  • Peru cozido (proteína magra e leve) 
  • Purê de abóbora com cúrcuma (digestivo e anti-inflamatório) 
  • Peixe como sardinha (em água e sem sal) (rico em ômega-3) 
  • Couve ou espinafre bem cozido (fonte de ferro e antioxidantes) 

 

Porções Diárias 

  • 2 refeições ao dia 
  • 80 a 120 g por refeição, com supervisão veterinária para ajustes conforme mobilidade e apetite 

 

Rações Com e Sem Transgênicos 
O Que São Transgênicos? 

Transgênicos são organismos geneticamente modificados (OGMs) cujos genes foram alterados para melhorar características específicas, como resistência a pragas, aumento de produtividade ou tolerância a herbicidas. No caso das rações, os ingredientes transgênicos mais comuns são: 

  • Milho transgênico (Bt e RR) 
  • Soja transgênica 
  • Óleos vegetais geneticamente modificados 

 

Esses ingredientes estão presentes em rações por sua capacidade de reduzir custos, oferecer alta densidade calórica e estabilidade na produção. 

 

Impacto dos Transgênicos na Nutrição do Gato Ashera 

O sistema digestivo felino é extremamente específico. Gatos, inclusive o Ashera, são carnívoros obrigatórios, seu organismo não está naturalmente adaptado a metabolizar grandes quantidades de carboidratos vegetais, sejam eles transgênicos ou não. 

Pontos Técnicos Críticos: 

  • Digestibilidade: ingredientes transgênicos processados podem reduzir a biodisponibilidade de aminoácidos essenciais. 
  • Carga glicêmica: milho e soja aumentam o índice glicêmico, favorecendo o sobrepeso. 
  • Exposição a herbicidas: ingredientes transgênicos geralmente estão associados à presença de glifosato, que em altas doses pode causar inflamações intestinais, hepatite química e alterações hormonais. 
  • Alterações no microbioma intestinal: alimentos com alto teor de ingredientes modificados podem desequilibrar a flora intestinal do Ashera, levando a diarreias recorrentes e disbiose. 

 

Pontos Positivos 

  • Preço mais acessível 
  • Maior variedade de marcas e sabores 
  • Boa conservação e durabilidade 

Pontos Negativos 

  • Potencial alergênico (embora não comprovado em todos os casos) 
  • Presença mais comum de conservantes artificiais 

 

O Que São Rações Sem Transgênicos? 

Rações sem transgênicos utilizam ingredientes vegetais e fontes proteicas cultivadas de maneira convencional ou orgânica, livres de modificação genética. Isso normalmente se aplica a: 

  • Grãos integrais naturais 
  • Carnes de animais criados sem hormônios 
  • Fontes vegetais livres de OGMs 
  • Preservação com antioxidantes naturais (vitamina E e extrato de alecrim) 

 

Qualidade e Rigor na Produção 

  • Muitas marcas sem transgênicos seguem protocolos human grade, o que significa que os ingredientes poderiam ser consumidos por humanos. 
  • As fábricas são certificadas com selos como ISO 22000, HACCP e Certificação Orgânica Internacional. 

 

Pontos Positivos 

  • Ingredientes mais naturais e seguros 
  • Menor risco de alergias e intolerâncias 
  • Geralmente livres de corantes e conservantes artificiais 

 

Pontos Negativos 

  • Preço mais elevado 
  • Menor variedade disponível no mercado 

 

Alimentos Proibidos para o Gato Ashera 

  • Chocolate 
  • Cebola e alho 
  • Uvas e passas 
  • Abacate 
  • Leite (após desmame) 
  • Café e bebidas com cafeína 
  • Massas cruas 
  • Peixe cru em excesso (risco de deficiência de tiamina) 
  • Ossos cozidos (risco de perfuração intestinal) 

 

O gato Ashera, sendo uma raça exótica, híbrida e de grande porte, exige uma alimentação equilibrada, funcional e adaptada a cada fase da vida. Dietas com base em alimentos naturais e rações super premium são recomendadas para garantir longevidade, saúde e um sistema imunológico robusto. A preferência por rações sem transgênicos é ideal, especialmente em casos de sensibilidade digestiva, embora rações com transgênicos de qualidade também possam ser viáveis se o animal estiver saudável e bem adaptado. 

Sugestão final: Sempre consulte um médico veterinário nutrólogo para montar um plano alimentar personalizado. Alternar entre dieta natural e ração balanceada (sob supervisão) pode ser a melhor abordagem para manter o Ashera em seu ápice físico e imunológico por muitos anos.

Para uma vida Feliz e saudável, orientamos que o gato faça um acompanhamento com um veterinário especializado. Segue abaixo algumas das mais comuns! 

  •  Nutrição Clínica de Pequenos Animais 
  •  Nutrição e Dietética Veterinária 
  •  Nutrição e Alimentação de Cães e Gatos 
  •  Nutrição e Metabolismo Animal 

Vacinas Essenciais para o Ashera

Reforços anuais são essenciais para garantir a imunidade prolongada. 

Vacinar contra FeLV e Raiva é essencial, especialmente se o gato tiver acesso ao exterior ou contato com outros felinos. 

Vacina V3 (Tríplice Felina) – Proteção Básica 

Protege contra 

  • Rinotraqueíte Felina (FHV-1): Causada pelo herpesvírus felino tipo 1, provoca espirros, secreção nasal, conjuntivite e úlceras oculares. 
  • Calicivirose Felina (FCV): Doença viral que causa lesões ulcerativas na boca, febre e dificuldades respiratórias. 
  • Panleucopenia Felina (FPV): Doença grave semelhante à parvovirose canina, causando diarreia severa, vômitos e imunossupressão. 

 

Esquema vacinal 

  • Primeira dose: 6 a 8 semanas de idade. 
  • Reforços: 2 ou 3 reforços com intervalos de 3 a 4 semanas. 
  • Reforço anual vitalício. 

 

Vacina V4 (Quádrupla Felina) – Proteção Ampliada 

Protege contra 

  • Todas as doenças da V3 + Clamidiose Felina (Chlamydophila felis), que provoca conjuntivite severa e problemas respiratórios. 

 

Esquema vacinal 

  • Igual ao da V3, recomendada para gatos com maior risco de exposição. 

 

Vacina V5 (Quíntupla Felina) – Proteção Máxima 

Protege contra 

  • Todas as doenças da V4 + Leucemia Felina (FeLV), um vírus que compromete o sistema imunológico e pode causar câncer. 

 

Esquema vacinal 

  • Primeira dose: 8 a 9 semanas de idade. 
  • Reforço: 2 doses com intervalo de 3 a 4 semanas. 
  • Reforço anual para gatos expostos a outros gatos (rua, gatis, lares com múltiplos felinos). 

 

Vacina Antirrábica – Proteção Contra a Raiva 

Protege contra 

  • Raiva Felina: Doença viral fatal e sem cura, transmitida pela mordida de animais infectados. 

 

Esquema vacinal 

  • Primeira dose: 12 a 16 semanas de idade. 
  • Reforço anual obrigatório. 

 

Vacinas Opcionais (Dependendo do Estilo de Vida do Gato) 
Vacina Contra Peritonite Infecciosa Felina (PIF) 

Protege contra 

  • Forma grave do coronavírus felino, que pode ser letal. 

 

Esquema vacinal 

  • Aplicação intranasal a partir das 16 semanas de vida. 
  • Reforço anual. 

 

Observação: Não é amplamente recomendada devido à eficácia controversa. 

Vacina Contra Bordetella bronchiseptica 

Protege contra 

  • Infecção bacteriana respiratória, principalmente em gatos que frequentam hotéis para pets ou exposições. 

Esquema vacinal 

  • Aplicação intranasal única a partir das 8 semanas de idade. 
  • Reforço anual se necessário. 

O Felino deve receber todas as vacinas essenciais (V3, V4 ou V5 + Raiva) para garantir proteção contra doenças graves. Se o gato tiver contato com outros animais ou for exposto a locais com risco maior de infecção, as vacinas opcionais podem ser consideradas.

Sugestão: Sempre consulte um veterinário para definir o melhor protocolo vacinal de acordo com o ambiente e a rotina do seu gato.

Cruzamento da Raça

Ideal 

  • Cruzamento com supervisão genética e veterinária especializada 
  • Cruzamento após os 18 meses de idade (machos e fêmeas) 
  • Castração precoce em gatos não destinados à reprodução 
  • Acompanhamento profissional durante a gestação e o parto 
  • Intervalo adequado entre as gestações da fêmea 
  • Ambiente reprodutivo controlado e adaptado 

 

Não Recomendado 

  • Cruzamento antes dos 18 meses 
  • Manter o Ashera sem cruzar e sem castrar 
  • Reprodução caseira ou amadora, sem exames ou controle técnico 
  • Cruzamento consecutivo em ciclos seguidos 
  • Cruzar com raças diferentes do padrão genético do Ashera 
  • Ausência de exames prévios antes do acasalamento 

 

Maturidade sexual e momento ideal para o cruzamento do Ashera (macho e fêmea) 

Fêmea Ashera: 

A fêmea Ashera atinge a puberdade entre 7 e 10 meses, dependendo da linhagem e das condições ambientais (nutrição, exposição à luz solar, convivência com machos). No entanto, atingir o cio não significa estar pronta para reprodução. 

  • Maturidade fisiológica plena: entre 18 e 24 meses. Antes disso, a estrutura óssea e os órgãos reprodutivos podem não estar completamente desenvolvidos, elevando o risco de aborto, parto prematuro, filhotes subdesenvolvidos ou complicações uterinas. 
  • Cio ideal: aguardar o 3º ou 4º ciclo estral, quando a fêmea já demonstrou estabilidade hormonal e emocional. 
  • Sinais de cio: vocalização intensa, inquietação, lordose (curvatura lombar), esfregar-se em objetos, postura receptiva ao macho. 

 

Macho Ashera: 

Os machos entram na puberdade entre 9 e 12 meses, com a produção de esperma viável geralmente a partir dos 12 meses. No entanto, o esperma de qualidade e estabilidade hormonal ideal só se consolida após os 18 meses. 

  • Comportamento sexual: marcação de território com urina forte, vocalização grave, tentativas de montar objetos ou outros animais. 
  • Capacidade física: o macho precisa estar com musculatura desenvolvida, dentes saudáveis (importante para o acasalamento) e livre de disfunções prostáticas. 

 

Recomendações gerais: para evitar problemas genéticos, emocionais e físicos, nunca cruzar antes dos 18 meses, mesmo que os sinais comportamentais indiquem prontidão. 

 

Consequências de não cruzar o Ashera sem castração 

A raça Ashera, por sua origem híbrida e carga genética silvestre (Serval africano), apresenta fortes instintos reprodutivos, o que torna os efeitos da não reprodução mais intensos do que em raças domésticas comuns — principalmente se o animal não for castrado. 

Fêmeas: 

  • Cios frequentes e dolorosos: sem acasalamento nem castração, a fêmea pode entrar em ciclos contínuos (poliéstricos), com surtos hormonais a cada 2 a 3 semanas. 
  • Estresse psicológico elevado: tentativas de fuga, miados intensos durante dias, recusa alimentar. 
  • Gravidez psicológica: produção de leite sem prenhez, adoção de objetos como “filhotes”, agressividade para proteger espaços. 
  • Risco de piometra: infecção uterina aguda, potencialmente fatal, comum em fêmeas não castradas com cios recorrentes. 
  • Risco de neoplasias mamárias: quanto mais ciclos ela passa sem gestação ou castração, maior o risco. 

 

Machos: 

  • Marcação territorial intensa: urina com odor forte em móveis, portas, cortinas. 
  • Agressividade com outros animais e humanos: sobretudo se houver fêmeas por perto. 
  • Fugas e acidentes: motivados pelo instinto de busca de fêmeas no cio. 
  • Problemas prostáticos: hiperplasia prostática benigna, inflamações e, com o tempo, maior predisposição a tumores testiculares. 

 

A ausência de acasalamento sem a devida castração pode tornar o convívio com o Ashera extremamente difícil e arriscado para sua saúde física e emocional. 

 

Cruzamento ideal do Ashera: planejamento genético, técnico e ético 

Origem híbrida e desafio reprodutivo: 

O Ashera é um felino transgênico, desenvolvido por cruzamento controlado em laboratório entre três espécies distintas: Serval africano (Leptailurus serval), gato-leopardo asiático (Prionailurus bengalensis) e gato doméstico comum (Felis catus). Por essa razão, seu cruzamento natural é extremamente delicado e não deve ser feito em ambientes domésticos comuns. 

 

Etapas para um cruzamento ético e seguro: 

Avaliação genética completa dos dois reprodutores: 

  • Análise de compatibilidade genética para evitar doenças recessivas ou mutações letais. 
  • Testes para hemofilia, cardiomiopatias hereditárias, e doenças autoimunes. 

 

Exames clínicos pré-cruzamento: 

  • FIV e FeLV (imunodeficiência e leucemia felinas), toxoplasmose, clamídia, coronavírus felino (FCoV). 

 

Ambiente esterilizado, silencioso e controlado: 

  • Temperatura entre 22ºC e 25ºC. 
  • Iluminação suave e ausência de odores humanos ou de outros animais. 

 

Apresentação gradual dos parceiros: 

  • Fêmea introduzida ao ambiente do macho por períodos de 30 minutos, durante alguns dias. 
  • Monitoramento de sinais de receptividade e ausência de agressividade. 

 

Práticas inaceitáveis: 

  • Cruzar Asheras com raças domésticas comuns. 
  • Cruzamentos forçados, sem aceitação mútua. 
  • Mais de 1 monta por semana com o mesmo macho (pode gerar esgotamento e infertilidade precoce). 
  • Repetição de gestações na mesma fêmea em ciclos consecutivos. 

 

Gestação e parto da fêmea Ashera: cuidados e protocolo completo 

Duração: 

  • A gestação da fêmea Ashera dura entre 65 e 70 dias, podendo se estender até 73 dias em linhagens com sangue mais silvestre. 

 

Ambiente pré-parto: 

  • Ninho isolado, aquecido, com substrato macio, localizado em local calmo e com baixa circulação. 
  • Visitas veterinárias semanais a partir do 35º dia de gestação. 
  • Monitoramento por ultrassonografia fetal para avaliar batimentos cardíacos, número de filhotes e posição fetal. 
  • Alimentação de fêmeas gestantes com ração super premium, rica em ácidos graxos ômega 3, taurina e cálcio. 

 

Parto: 

  • Preferencialmente acompanhado por veterinário especializado em felinos híbridos. 
  • Possibilidade de distocia (trabalho de parto interrompido) devido ao tamanho dos filhotes e à estrutura corporal da fêmea. 
  • Taxa de cesáreas superior à média dos felinos comuns. 

 

Pós-parto: 

  • Filhotes nascem pesando entre 110 g e 140 g. 
  • Período crítico das 48h iniciais: observar pega correta da mama e ingestão de colostro. 
  • Separação da mãe somente após a 10ª semana, idealmente após a 12ª, para socialização completa. 

 

Castração do Ashera: quando, como e por quê 

Idade ideal para castrar: 

  • Entre 6 e 8 meses, antes da maturidade sexual, para melhor eficácia preventiva. 
  • Em gatos adultos, é possível castrar com segurança até os 5 anos, embora os benefícios comportamentais possam ser menores. 

 

✅ Benefícios da castração precoce: 

  • Eliminação completa de doenças reprodutivas. 
  • Redução quase total de comportamentos territoriais indesejáveis. 
  • Prolonga a expectativa de vida em até 3 anos. 
  • Diminui drasticamente a ocorrência de neoplasias mamárias (em fêmeas) e testiculares (em machos). 
  • Facilita a socialização e integração com outros animais e crianças. 

✅ Possíveis efeitos colaterais: 

  • Tendência ao sedentarismo e ao ganho de peso (controlável com ração light e brincadeiras). 
  • Em raros casos, surgimento de dermatite hormonal ou apatia inicial. 
  • Mudança discreta no padrão de vocalização. 

 

A castração é altamente recomendada para qualquer tutor que não tenha estrutura profissional para acasalamento ético do Ashera. 

Onde encontrar com mais facilidade um Ashera no Brasil

Encontrar um gato Ashera no Brasil pode ser um grande desafio, pois essa raça é extremamente rara, com criadores muito restritos e uma distribuição internacional bastante limitada. Abaixo estão os caminhos mais viáveis para encontrar um exemplar, incluindo locais especializados por região e estado, além de dicas sobre criadores sérios e confiáveis. 

BA✅DF✅MG✅PE✅PR✅RS✅SP 

 Primeira observação importante: 

  • A raça Ashera é frequentemente confundida com o Savannah, já que ambos são híbridos com aparência selvagem. 
  • Criadores de Ashera legítimos costumam vender exclusivamente por meio de contratos internacionais, e os valores podem ultrapassar R$ 500.000. 
  • Muitos anúncios no Brasil que dizem vender Ashera são, na verdade, de Savannahs F1 ou F2. Sempre peça exames genéticos e histórico completo dos pais. 

 

São Paulo (SP) 

  • Exotic Cats Brasil – Criador especializado em felinos exóticos e híbridos. Embora foquem em Savannah e Bengal, há relatos de importações e cruzamentos semelhantes ao Ashera. Trabalham com assessoria de importação. 
  • Wild Elite Cats – Criador de alto padrão com foco em gatos de linhagem híbrida. Possuem contatos com fornecedores internacionais.  

 

Minas Gerais (MG) 

  • Savannah MG – Criatório especializado em Savannahs com contatos internacionais. Podem atuar como ponte para importação de Ashera, mediante processo legal e custo elevado. 

 

Paraná (PR) 

  • Felinos do Paraná – Criador com foco em raças híbridas e exóticas. Trabalham com programas de cruzamento específico e podem assessorar na aquisição de um Ashera legítimo via importação. 

 

Rio Grande do Sul (RS) 

  • Criadores particulares com especialização em felinos exóticos e importação. Muitos não divulgam abertamente a raça Ashera por questões legais e de exclusividade contratual. É necessário contato direto e confiança mútua. 

 

Distrito Federal (DF) 

  • Luxury Felines Brasil – Criador com foco em raças raras, em parceria com criatórios da Europa e EUA. Possuem projetos de importação com clientes seletos. 

 

Bahia (BA) e Pernambuco (PE) 

  • Ainda são raros os criadores especializados, mas há clínicas e assessores de importação de animais exóticos com contatos internacionais. 

 

Região Norte 

  • Praticamente inexistente criação direta de Ashera. A aquisição dependeria exclusivamente de importações com custo elevado e logística especializada. 

 

Importação direta com criadores internacionais 

Caso deseje adquirir um Ashera original, as opções mais seguras são: 

Criadores Internacionais: 

  • Lifestyle Pets (EUA) – Empresa que criou a raça Ashera. Atualmente, o acesso está extremamente restrito e envolve listas de espera, contratos específicos e altos valores. 
  • Select Exotics (EUA) – Embora seja especializada em Savannahs, é uma ponte comum para interessados em Ashera. 
  • Pawstruck Luxury Cats (Europa) – Possui acesso a felinos híbridos de elite. 

 

✅ Dicas para compra segura de um gato Ashera 

  • Desconfie de preços abaixo de R$ 300.000. 
  • Peça laudo genético completo do filhote e dos pais (incluindo traços de Serval, Asiático Leopardo e doméstico). 
  • Verifique se o criador possui CNPJ, licença do IBAMA e CRMV. 
  • Solicite contrato de compra e responsabilidade de importação. 
  • Esteja preparado para esperar entre 6 meses a 1 ano para a entrega de um filhote legítimo. 
  • Dê preferência para criadores com reputação internacional e parcerias com veterinários especialistas em felinos exóticos. 

 

Conclusão

Adquirir um gato Ashera é uma decisão que exige reflexão profunda. Esta raça exótica oferece uma beleza selvagem inigualável, personalidade marcante, inteligência acima da média e vínculo forte com os tutores, qualidades que encantam qualquer amante de felinos. Seu comportamento afetuoso, aliado à elegância física, transforma o Ashera em um verdadeiro companheiro de luxo.

No entanto, é essencial considerar os desafios. Seu custo altíssimo, necessidades específicas de espaço, cuidados intensivos e possível escassez de veterinários familiarizados com a raça podem representar obstáculos significativos. Além disso, sua origem controversa e as exigências éticas em torno da criação geram debates importantes.

Seja qual for o objetivo, companhia, status, admiração estética ou curiosidade, o futuro tutor deve estar plenamente consciente das responsabilidades envolvidas. O Ashera não é apenas um animal de estimação: é um compromisso com o bem-estar de um ser sensível, exigente e singular.

Portanto, quem deseja um Ashera precisa mais do que recursos financeiros, deve ter tempo, empatia e preparo. Com os devidos cuidados e ambiente adequado, esse gato extraordinário pode oferecer uma experiência única, desde que se respeite sua natureza e necessidades com total responsabilidade.

A Mais Que Crescer orienta sempre o acompanhamento do seu pet com um veterinário para qualquer tipo de especialidade. Assim, garantirá uma vida longa, feliz e saudável para o seu amiguinho de 4 (quatro) patas.” 😊

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